Imagem de Eli
Cheguei ao limite. Não posso esperar mais para libertar algumas memórias. Reviver cada som em silêncio é um desafio demasiado ousado. Já passei por lá. Obrigaram-me a voltar àquele lugar tapado pelo pó, embragado nas margens do som. Um pedaço de sonho desfeito encontra-me em cada dia e pergunta-me pela decisão que não quero tomar. Este nó na garganta penetra-me o pescoço de onde vem uma dor sem razão, sem compaixão, sem explicação. Isto não é poesia, nem são códigos de barras para serem lidos nos mercados do preogresso. Não são sentimentos que atiro ao escuro para que me libertem do poço onde tudo é confortável. Não. Simplesmente, sento-me aqui, onde a lareira testemunha o silêncio das palavras que nem o meu olhar emociona.
Mês: Março
Tema: Silêncio