Agora nem nómada, nem emigrante.


quarta-feira, janeiro 10, 2024

A versão feminina do viajante

 Sabemos que importa

Quando nos arrepia uma frase simples

Que dantes não entenderíamos sentido, nada


É um novo ser que bate à porta

Nos ilumina sem pegadas tristes

E eu, aqui parada


Num ápice me leva

Para a mesa de três

Que o terceiro são velas

Que promete danças

Sem pisar as canelas

Amor em tranças

Pijamas, sofás e chinelas.


Eli Rodrigues


sábado, outubro 07, 2023

Apenas agora

 Por tantas vezes te quis, te imaginei, te (quase) perguntei 

"Por que me deixaste para trás?"

E não obtive resposta. um ano passou, ainda não chorei,

nem sei se sou capaz

Ou se, alguma vez serei.


É um fervilhar de escrever,

 de voltar lá

Onde me esperarias

E eu, em vão, sem sofrer

Te quis, quiçá

Num tormento de romarias


Não te quero, mais uma vez

Decido que ainda não

Desenhas o presente

Apagas o futuro e crês

Que eu tivera coração

E que ele não sente.


Eli Rodrigues


Just right now!


sábado, dezembro 17, 2022

Erro

 Foram tantos encontros adiados que às vezes as letras se baralhavam com a consciência de uma coisa qualquer, que não seria todo o afeto outrora demonstrado, mas a música perdida, sem o sentido realizado, outrora numa dança contigo.


Eli Rodrigues

quinta-feira, agosto 25, 2022

Ondas

 São ondas de um oceano gigantesco

Sabendo a vida entre os dedos pequenos

São notas de um quarto pitoresco

Musicando pedaços descalços

De momentos saudosos

Daqueles abraços


Dormes sob o som

E sonhas descontroladamente

Com o negro sem chuva.


Traz-me frutos vermelhos

E o beijo quente!...


Eli Rodrigues 






terça-feira, agosto 09, 2022

Tanto

 É como se todas as músicas nos tocassem na pele e nos mostrassem que sim, que queríamos ser ouvidos um pelo outro. É uma sintomatologia de reencontro de algo que não se planeou, mas se quis. Tanto. És a positiva ansiedade que carrego com carinho até ao próximo reencontro.


Eli Rodrigues 

domingo, abril 24, 2022

Precipitação sem tarde

 Para quê trazer a emoção

Para uma vida controlada 

Sem música, sem reação

De lágrimas atolada 


Não queria ter ido ao engano 

Mas fui teatro, fui peça

Fui dama que baixa o pano  

Numa tarde que me entristeça 


Foi uma espera ponderada 

Aceitei ficar sentada 

Não vieste ao meu encontro 

Escondo mais um monstro


Eli












quinta-feira, fevereiro 24, 2022

Dentro

 Queremos muito, queremos tanto 

Aquelas cócegas que ele nos traz, trará,

Mas parece que primeiro, em silêncio, pranto.

Acreditando no que a tua presença me fará.


Eli Rodrigues


terça-feira, fevereiro 08, 2022

Saudade

 Andar com uma sensação 

de trazer uma saudade 

constante no coração.


Eli


terça-feira, setembro 14, 2021

Setembro

Talvez seja um final antecipado

Pelas mágoas da poesia

Pelas cartas anunciado

De uma forma tão fria


Não fui mais uma vez

Capaz de me afigurar 

Não sei porquê, ou talvez

Mais uma fase que há de passar...


Eli Rodrigues











domingo, setembro 12, 2021

Last day

 Mesmo que pensasse todos os dias ou pusesse em causa a continuidade desta ligação, custa sempre cortar. Custa, mas, não queria que te custasse. Sei como és bom e como gostamos um do outro. Pena que isso não baste.


Eli

domingo, março 14, 2021

Clareado

 Balanças-me até à plenitude

De um beijo meio guardado

Em lábios perenes em quietude


Meu querido namorado

Transformas as mágoas em saúde

De um coração apaixonado.


Eli Rodrigues

sábado, março 13, 2021

Yesterday

 Outrora sentira algo desigual

Tão absolutamente fora do normal

Que quisera chegar aqui e despejar


Não tenho mais por onde escapar

Vejo as letras à minha frente

Mas não encontro o diferente


Deixo-me ficar

Não tenciono sons que me salvem

Ou jamais aquilo que poderia ter

Não há como sonhar

Ou voltar a escrever.


Eli Rodrigues

terça-feira, dezembro 22, 2020

Bagagens

 Percebemos bem o que foi outrora mudar tudo e todos procurando o nosso bem nos encontros casuais, nos lugares que não vinculamos, sem raízes, só com princípios.

Anda lá. Vem daí. Entregavam-nos um olhar pedinte, entre a pena e a coragem. Dávamos um sorriso solitário na esperança de uma amizade iniciada.


Magoaste a minha esperança. Falei em expetativa e tive que me resignar mostrando pouca mágoa, pouco querer, poucochinho. E eu que já estava nos degraus de uma coisa qualquer que me levasse. 


Mataste a poesia durante um bocadinho, porque não me percebes os sentires. 

Então, fico, aliás, ficamos mais uns dias nas sombras.

Eli






segunda-feira, dezembro 21, 2020

Quereres

 Quero ou não quero...

Queres.


Entre tesouras e sonhos 

Olhando o céu,

Trazes-me o corte dos nadas.


Tempo de um ano que volveu

Imagens raspadas


Entre passados

Despassarados


Não quero

Aquilo que deixei


Quero ter a força do abraço novo


Do romantismo que fui

E que foi em mim.

Até que se desvaneceu.

Com a vitória

Da derrota dos amores que quis.

Ainda bem que com um olhar meu, queres.

Eli


















quarta-feira, dezembro 11, 2019

Passo

Era capaz de caminhar
Mais um pouco
Com esta nova estrada
Que me percorre
E que está em mim
enquanto não chove
enquanto não chego ao fim...

Eli

domingo, novembro 04, 2018

Andar

Nem para dançar
Sequer
Uma palavra escrever

Vim à procura daquilo que não me busca
Talvez outra oportunidade
Uma mudança brusca
Que me traga a mim, nesta ou noutra cidade...

domingo, outubro 14, 2018

Voltar

Não sendo possível viver naquela Terra com ausência de sentimentos, prostrei-me.

Deixei que as palavras me abalassem e voltei àquela sensação que inspira, que me torna menos (ou mais) vulgar.

Permiti-me amar.

Foi só por uns segundos, numa voz plantada sem raízes, um semear que lá vai quase regado em datas comuns.

Porquê?!

Eu até lhe enviei aquele pedaço de música...

... que ele apreciou...

E agora minha alma voltou a ser poesia de estações menos ventosas. Como hei de agora sobreviver ao inverno sabendo que existe um aconchego?!

Foram muitos anos sem sensações, uma mão esquerda sem teclas, uma boca sem ter.

Como agora serei a resistente, aquela cuja sede não a alcança...

Como fugir sem fuga e lembrar que quem não quer chegar também não parte e as borboletas morreram

Eli R.

terça-feira, junho 12, 2018

Solarengo

Entretanto, o dia fez-se claro quando voltaste só porque sim.
Gosto desta leveza que trouxeste para mim
Visto uma saia que uso só porque me apetece
És alguém único que me enternece

:)

Eli

segunda-feira, junho 11, 2018

Gravidade suave

Foi uma caminhada tão vagarosa que não deu para ouvir o beijo do mar. Passou por mim, trouxe-me calor e depois foi-se embora. Já não sei o que queria, mas de certeza que não seria mais do que o de sempre transformado em demasia.

Volta, para que a gravidade não se torne tão pesada.

Eli Rodrigues

terça-feira, maio 01, 2018

Básica

Enquanto eu podia,
Usufruí de um sentimento familiar
Para que não desaparecesse
Antes da próxima melodia

Veio da música a vontade de voltar
Volvendo histórias básicas, sem amor
Que me trouxesse
A nossa rebeldia

Agora avança no se tido do som e do mar
Traz-me o riso e o desplante do calor
Aproxima-te, rouba-me a solidão
Embora, arrebata-me o coração!

Eli

segunda-feira, dezembro 11, 2017

Poema facilitado sobre esquecer

Porque te quero sem te querer comigo,
porque me instalou no olhar uma esperança,
Sem sequer vir quem quer ver

Quase dançamos, sabes?!
Não foi um problema meu de coordenação
Mas uma morte ressuscitada
De um passado coração
Que já não escrevia nada

E quando lia um poema musical
Sem a minha ortografia,
Esqueci o que fora o mal
De em tantas voltas sonhar...

Atirei-me à inerte pornografia
De te esquecer sem te amar.

Eli

quarta-feira, setembro 06, 2017

Das fugas

Enquanto permanecias imóvel, o meu coração observou-te, esburacado, esventrado, sem música, sabes...?!
Não é possível amar sem sentir.
Como quero sentimentos se não me permito esborrachar-me na inércia psicológica que se esconde na penumbra.
Arranca-me qualquer coisa que seja na base da conquista, porque eu não aguento mais filmes de chorar sem ter o que mereço. eu disse-te que merecia...
Já fugia...

Eli

domingo, agosto 13, 2017

Escrever

Há muitos meses que repor que os filmes que acabo por ver na televisão e que me dizem algo são sobre livros e escritores.

domingo, junho 25, 2017

Morte

Eu fintei a morte. Naquela altura não tive bem noção, mas agora, assim como noutros momentos do tempo em que me permiti, pensei nisso. Pensei pouco, porque não quero lembrar dessa parte. Tenho vida. Pensava em recuperar tudo, mas um AVC muda mesmo a pessoa. Mesmo que mantenha a essência, sou um conjunto de físico e psicológico. Este, pensava-o sempre bem controlado, mas talvez a força reprimisse passado e presente, empurrando-me para um futuro com descontrolo.
Já não sou a mesma e sinto-me demasiadas vezes uma sombra do que fui.

Eli

terça-feira, fevereiro 21, 2017

Tempo

Ando há tanto tempo a adiar, porque escreveria melhor no computador, ou porque me sinto mal... mas a verdade é que s coisas vão passando e eu não as vou escrevendo...

sábado, novembro 12, 2016

Arranque

Foi com o Senhor Cohen que iniciei esta volta, ou revolta, quiçá, ficaria melhor que dissesse e não escrevesse.

Numa dança sem par, única, preciso que as memórias do que tenho vivido sirvam para lembrar (também a mim) a superação, a capacidade, mesmo que tantas vezes ela tenha dado uma fuga intransponível do etc.

Como não fazer disto um diário?! Só mesmo ao ignorar que existe esta casa que tantas vezes me lembro e entro em comunicação.

Primeiramente não me era possível recorrer à mão esquerda para que as teclas se mostrassem úteis, mas, depois, exercícios de brincar trouxeram-me um pouco da motricidade fina outrora perdida há tão pouco tempo atrás.

Sem resumo, abstenho-me de resumir, tenho que registar em em algum lado - desta feita nesta casa única - aquilo que me lembro e já descrevi, umas vezes com mais força, outras com menor... ia balbuciando sem ter limitações na fala, embora a comunicação, numa primeira instância, me era difícil e, segundo me disseram, confusa.

quinta-feira, setembro 08, 2016

Dia da Fisioterapia

Nestes meses há uma rotina que me faz acordar normalmente de manhã. Todos os dias (úteis) inicio o a manhã pelas 9:00 a.m. com uma sessão de fisioterapia que já me devolveu movimentos, força, equilíbrio, motricidade (fina), etc..
O que pretendo deixar aqui marcado é que nunca imaginei o valor que teriam aqueles desconhecidos que passaram a fazer parte da rotina.
A fisioterapia não se resume a exercícios físicos. Há um envolvimento de vidas que se cruzam, tanto das pessoas que trabalham ali, como dos utentes que se vão abrindo às conversas...
Quando, ontem, o médico disse que eu ia parar (temporariamente) a fisioterapia, fiquei desiludida, preocupada por perder aquele vaga no horário da fisioterapeuta. Ainda não estou preparada para começar outra vida, pois ainda não recomecei a anterior...
Espero que a interrupção seja mesmo só uma semana, pois só quero sair dali quando estiver boa.

Eli

sábado, setembro 03, 2016

More Than This

Gosto quando as palavras ficam no pensamento.

- Só faço planos quando voltar a ser eu.
- "Se não queres fazer planos, faz curvos."

Não é toda a gente que tem a capacidade para responder assim. São estes pormenores e eu sou "uma miúda porreira" que por acaso não seguiu os (seis) passos normais, começando no congelamento. Realmente devo ser fora do comum. Como é que estou há tanto tempo à minha espera sem desesperar?!

sexta-feira, setembro 02, 2016

Memórias acidentais #1

Todos os dias me lembro de escrever os textos que assolam a minha mente,  mas se primeiro era porque não sentia capacidade para teclar com a mão esquerda, agora era porque as palavras iam-se escrevendo e esvaindo mentalmente. Hoje estou novamente com tonturas, talvez a palavra mais correta seja vertigens, mas como ainda não sei, continuo tonta. É triste retroceder nos sintomas quando já me tinha sentido avançar, quando já estive melhor e ia todos os dias para a fisioterapia como se fosse uma rotina de anos e conseguisse tudo. As tonturas fazem-me abrandar, obrigam-me a parar...

Eli R.

domingo, maio 08, 2016

Facebook

Hoje é o dia da criação da Página de Facebook deste blogue.

Acabou-se a discrição?!

:)

Eli

terça-feira, maio 03, 2016

Atenção



Mas por que razão teria que permanecer naquele caminho branco sem palavras que o riscassem. Só queria que ele fosse riscado o mais depressa para perceber se me deitaria nas barbas do gentil jovem. Há agora uma data como já houve dantes e eu sempre soube que ela não significaria nada para a distância que me detém. Só quero mudar mais uma vez, sem puxar o fio do tempo, iria lá, já que ele não aqui. Coisas parcas, palavras dúbias, ideias sóbrias e sonolentas. Mas que acordar escasso, que desporto fanático, que coisa nenhuma me colocaste nas mãos de um ditongo parco. Sem entendimento, sem voz, entendo a razão da fuga da música porque de racional não teria grande coisa. Agora, sai um poema ajudado, uma coisa nenhuma nesta terra quente de onde não saio.

Eli