Não
teria como o dizer, porque não teria outra palavra para começar que não fosse o
não. Mais futuro que que o meu próprio desaparecimento seria impossível. Não
haverá uma única palavra minha que não tenha escrito a vingar, porque de todos
as que as leram, assim as transformaram. E, quando nelas viram poesia, só
encontraram um forte rancor por não ter amado mais. Porque, a certa altura tive
que me conter para não chorar, para não sentir, para não sonhar. Não temos como
vivenciar um futuro sem olhar para o passado. Há um libertar em cada sonho que
não disponho mais. Tive que me permitir viver em paz. Mas, quando me deslizo
através de uma qualquer música intemporal, os meus dedos vibram por uma pele
que me deixe tatuar, porque gosto mesmo de ser gostada e de ser bem tratada.
Todos aqueles que quis entraram num tal espiral repentino de desaparecimento
que não ouso mais esconder. Haverá no futuro alguma explicação para aquilo que
não passei, não vivi, não escrevi?!
Eli
Rodrigues
1 comentário:
Sei explicar muita coisa outras não.
Bj
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